quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Rainha do Crime


O primeiro nome que vem à mente quando se fala em romance policial: Agatha Christie. Não é à toa. Ela é considerada uma das mais bem sucedidas escritoras do gênero, notável de um exímio talento em compor e solucionar – quase que insolucionáveis – crimes.

Agatha vive em sólido matrimônio com seus ricos (psicologicamente falando) personagens, faz deles ícones de suas obras. São idolatrados pelo estilo, pela inteligência e caracterização. Do belga Hercule Poirot à inglesa Miss Marple, de Tuppence Beresford à Parker Pyne. Figuras centrais que alimentam e dão luz aos mistérios – primazia que concebe alto poder lógico e dialético. Os livros da Rainha do Crime equivalem a um baú de tesouros, referente ao que há de mais sistemático, atemporal e abundantemente criativo. A propósito, ela e Sir Arthur Conan Doyle (uma das suas grandes inspirações, junto de Edgar Allan Poe) marcam rastros difíceis de serem apagados, tanto da memória quanto da atração literária. É praticamente uma esfinge: decifra-me ou devoro-te.

As obras de Agatha Christie apresentam vestígios com um rigor preciso que deixa o suspense ainda mais delicioso. São como um quebra-cabeça a ser montado: juntando-se as diversas pistas que aparecem no decorrer da história – e nem sempre é fácil identificar uma pista de uma eventualidade – revelam o ápice da trama. Agatha uma vez revelou em entrevista que o prólogo de seus livros já começa com o assassinato. Analisa a forma que foi efetuado e os motivos para,posteriormente, dispersar pistas falsas e verdadeiras,com o intuito de confundir as expectativas dos leitores. Nas suas histórias policiais, a autora já fez as coisas mais imprevistas, como matar todos os personagens, fazer de todos os suspeitos participantes do assassinato e o assassino ser ninguém mais que o próprio narrador.

A Rainha do Crime possui um acervo riquíssimo que enche o nosso intelecto de fertilidade, abrindo espaço para o raciocínio, e todas as formas de averiguação. E se for para selecionar um livro que deixa claro o quão marcante é sua escrita, Ten Little Niggers (O Caso dos Dez Negrinhos) é o primeiro a se destacar. Tudo começa quando dez pessoas são convidadas pelo enigmático U.N. Owen para passar alguns dias numa ilha deserta situada na costa de Devon, perto de uma aldeia pouco movimentada. Os convidados aceitam o convite e de igual maneira embarcam num barco local para a ilha. Na primeira noite, quando todos já se conheciam razoavelmente bem e conviviam animadamente na sala, ouve-se uma voz vinda das paredes da sala, acusando cada um dos dez presentes de ter praticado o crime. Crime esse que apesar de ser despropositado ou inevitável, levou à morte de outras pessoas. O pânico instala-se e mortes inexplicáveis se sucedem, tendo por única pista uma trova infantil:

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